sexta-feira, 31 de outubro de 2008

DESPERDIÇANDO DIAMANTES

Li o artigo de Cláudio Moura Castro na Veja, falando sobre a falta de políticas de desenvolvimento para crianças naturalmente talentosas, superdotados ou com altas habilidades. Como mãe de uma criança agraciada com altas habilidades no campo intelectual, posso contar da via crúcis que é encontrar dentro do sistema educacional, escolas que verdadeiramente estimulem essa capacidade.
Alguns modelos pedagógicos tradicionais, que incentivam a memorização através da repetição não têm sentido para crianças assim. Elas aprendem quase que instantâneamente os conteúdos escolares se estiverem interessadas. È uma forma diferente de aprender, que sequer passa pelo conhecimento da maior parte dos professores.
Acabei de sair de um curso de Pedagogia. Um bom curso, de uma Universidade Estadual. Sabe o que se falou sobre superdotação neste curso? Absolutamente nada.
O modelo corrente de um superdotado é o de gênio nerd. Nada mais absurdo. Em alguns casos, as altas habilidades ocorrem em áreas não intelectulizadas, como no esporte e na música. Nesse caso, a escola vai passar batido pelo talento da criança. Enquanto esta, só tem foco pra sua habilidade, gerando um desconforto muito grande.
Cláudio de Moura Castro cita o geneticista russo Wladimir Efroimson, que afirma que "o talento não é uma propriedade privada, é uma propriedade pública e ninguém tem o direito de desperdiçá-lo". Crianças talentosas precisam de professores preparados pra lidarem com os desafios que estas impõem. Precisam de lapidadores conscientes do diamante que têm nas mãos. Precisam de pais capazes de compreender e estimular o seu talento. Precisam de uma escola equipada com laboratórios, computadores, bibliotecas e bons professores ( principalmente). Precisam de políticas públicas que não permitam que continuemos desperdiçando o brilho dos nossos diamantes.

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